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domingo, 19 de setembro de 2010

TEXTO SISTEMAS PSI III - Prof Marisa

Desenvolvimento Afetivo-Desenvolvimento da Personalidade na abordagem psicodinâmica

 A Psicanálise

Teoria: Caracteriza-se por um conjunto de conhecimentos sistematizados sobre o funcionamento da vida psíquica.

Método de Investigação: Caracteriza-se pelo método interpretativo, que busca o significado oculto daquilo que é manifesto por meio de ações e palavras ou pelas produções imaginárias como os sonhos, os delírios, as associações livres, os atos falhos.

Análise: Forma de tratamento que busca o autoconhecimento ou a cura, que ocorre através desse autoconhecimento.

 A Gestação da Psicanálise

Método Catártico: Nome dado por Josef Breuer ao tratamento que possibilita a liberação de afetos e emoções ligadas a acontecimentos traumáticos que não puderam ser expressos na ocasião da vivência desagradável ou dolorosa. Esta liberação de afetos leva à eliminação dos sintomas.

 Freud no início usou a hipnose com objetivos de sugestão e para obter a história da origem dos sintomas. Depois passou a utilizar a técnica de “concentração”, na qual a rememoração sistemática era feita por meio da conversação normal; e, por fim, abandonou as perguntas para confiar completamente à fala desordenada do paciente (associação livre).

A Descoberta do Inconsciente

“Qual poderia ser a causa de os pacientes esquecerem tantos fatos de sua vida interior e exterior?”

O esquecido era sempre algo penoso para o indivíduo, e era exatamente por isso que havia sido esquecido e o penoso não significava, necessariamente, sempre algo ruim, mas podia referir-se a algo bom que se perdera ou que fora intensamente desejado.

Utilizando a Associação Livre, Freud observou que muitas vezes seus pacientes ficavam embaraçados, envergonhados com algumas idéias ou imagens que lhes ocorriam. A essa força psíquica que se opunha a revelar um pensamento, a torná-lo consciente, denominou resistência.

Chamou de repressão o processo psíquico que visa fazer desaparecer da consciência uma idéia ou representação insuportável ou dolorosa que está na origem do sintoma. Esses conteúdos psíquicos que através da resistência foram reprimidos localizam-se” no inconsciente.

 Enfoque Psicodinâmico da Personalidade

Quando alguém deseja compreender o comportamento dos outros ou o próprio busca descobrir a motivação de suas atitudes e opiniões, sentimentos e crenças. Procura relacionar a conduta com impulsos, emoções, pensamentos e percepções que a determinaram e atua do mesmo modo na previsão de novos comportamentos.

Cabe a Freud o mérito de ter estabelecido as bases científicas da compreensão psicodinâmica da conduta humana.

Sistemas do Aparelho Psíquico

Freud refere-se à existência de três sistemas ou instâncias psíquicas:

l Inconsciente

l Pré-consciente

l Consciente

 O Inconsciente é constituído por conteúdos reprimidos, que não têm acesso aos sistemas pré-consciente/ consciente, que podem ter sido conscientes em algum  momento e ter sido reprimidos ou genuinamente inconscientes. É um sistema do aparelho psíquico regido por leis próprias (Ex: é atemporal, conteúdos sempre atuantes, impulsos contrários coexistem, não há dúvidas nem incertezas, e outras.)

O Pré-consciente refere-se ao sistema onde permanecem aqueles conteúdos acessíveis à consciência. É aquilo que não está na consciência, neste momento, e no momento seguinte pode estar.

O Consciente é o sistema do aparelho psíquico que recebe ao mesmo tempo as informações do mundo exterior e as do mundo interior. Na consciência destaca-se o fenômeno da percepção, principalmente do mundo exterior, a atenção, o raciocínio.

 Estrutura do Aparelho Psíquico

l Personalidade implica em estrutura e desenvolvimento.

l Freud concebeu para a atividade psíquica uma estrutura a que chamou de aparelho psíquico composto de três partes:

                            Id

                            Ego

              Superego

Id – parte original do aparelho referente à porção herdada do indivíduo. Está ligado diretamente com a satisfação das necessidades básicas da criança no início da vida. Consiste de impulsos que obedecem ao princípio do prazer (busca do prazer e evitação da dor). A criança deseja gratificação imediata e não tolera frustração.

Ego – parte do aparelho psíquico resultante de diferenciação do id, em função da necessidade de adaptação ao meio. Desenvolve-se o princípio da realidade (busca do prazer e evitação da dor, com tolerância à frustração). O ego exerce o papel de intermediário entre o mundo interno (id) e o mundo externo com as funções de perceber, lembrar, pensar, planejar e decidir.

Superego – parte do aparelho psíquico que representa a herança sócio-cultural do indivíduo. Constitui-se de regras e normas impostas pelo mundo externo e incorporadas na estrutura psíquica. Ao lidar com demandas repetidas do meio, a decisão do indivíduo ocorre automaticamente a partir do superego constituído.

 Estruturas e Sistemas do Aparelho Psíquico

Id ................ Todo inconsciente.

Ego ............. Parte consciente/ pré-consciente e parte inconsciente.

Superego..... Parte inconsciente, passível de compreensão consciente.


Os Mecanismos de Defesa “ou a realidade como ela não é”

Na estrutura psíquica, o ego surge em resposta às frustrações e exigências que o mundo externo impõe ao organismo. Á medida que se desenvolve, aprende a obedecer o princípio da realidade, enquanto o id persiste seguindo o princípio do prazer.

          Id--------------Ego-------------Superego

                 conflito                conflito

 O superego incorporou-se ao ego como um controle automático devido às exigências impostas pelo meio. Entretanto o próprio meio pode ser fonte de tentações para os impulsos do id.

 A percepção  de um acontecimento, do mundo externo ou do mundo interno, pode ser algo muito constrangedor, doloroso, desorganizador. Para evitar este desprazer, a pessoa “deforma” ou suprime a realidade, desenvolvendo mecanismos de defesa destinados a proteger a pessoa contra impulsos ou afetos que possam ocasionar conflitos, os quais são fonte de angústia.

 A angústia é a reação do ego diante da percepção inconsciente de qualquer ameaça à sua integridade e se traduz por sintomas e sinais equivalentes a uma reação intensa de medo, porém sem objeto aparente. As ameaças podem provir da própria natureza e intensidade do impulso, do sentimento de culpa frente ao superego se houver satisfação do impulso, do sentimento de inferioridade se o impulso não for satisfeito e do receio de crítica social se o indivíduo não rejeitar as próprias tendências.

Características dos Mecanismos de Defesa

l Processos realizados pelo ego e são inconscientes (ocorrem independente da vontade do indivíduo);

l Têm função protetora;

l Alguns deles são empregados por todos na vida cotidiana para conseguir a estabilidade emocional;

l É a operação pela qual o ego exclui da consciência os conteúdos indesejáveis, protegendo o aparelho psíquico;

l O ego mobiliza esses mecanismos que suprimem ou dissimulam a percepção do perigo interno, em função de perigos reais ou imaginários localizados no mundo exterior;

l Podem ser usados para auxiliar na integração da personalidade, apoiando-a na adaptação ao meio e nas relações interpessoais.

l Mas, seu uso pode ser feito de forma inadequada ou mesmo destrutiva, tornando-os, em si mesmos, ameaças para o bom funcionamento do ego, levando ao aparecimento de distúrbios psicológicos.

 Os Mecanismos de Defesa

l A literatura refere mais de trinta mecanismos de defesa a maioria inconscientes.

l Alguns principais:

 Repressão (ou recalque); introjeção; projeção; negação; formação reativa; racionalização; compensação; deslocamento; fantasia; sublimação.

 As Fases do Desenvolvimento Psicossexual

l Fase oral (nascimento a 12-18 meses) – a boca é o centro do prazer.

l Fase anal (12-18 meses a 3 anos) – o ânus se torna o centro de prazer.
  
l Fase fálica (3 a 6 anos) – a genitália é a zona erógena. Acontece o conflito edipiano.

l Latência (6 a 12 anos) – período de repouso no desenvolvimento psicossexual. Grande investimento na vida escolar.

l Fase genital (12 anos à fase adulta) – o genital é a zona erógena. O objeto de interesse do adolescente está em pessoas do sexo oposto.

  
Blibliografia:
BOCK, Ana M.B.  et.all. Psicologias: uma introdução ao estudo de psicologia. São Paulo: Editora Saraiva, 2001.

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